#013 A Nova Era da Infraestrutura Financeira
Ultrapassamos a marca dos 3 meses e no mundo corporativo é comum fazermos os balanços trimestrais. E por aqui não será diferente!
Desde a primeira edição, foram 14 semanas de publicações, 13 edições e +1.300 pessoas alcançadas. Média de 20% de abertura dos emails, mais de 13 mil impressões e 322 engajamentos. Isso para artigos do Linkedin é uma fortuna, já que o algoritmo parece jogar contra.
Testamos vários formatos, desde mais profundos até formatos sobre impactos de 3º Grau. Creio que o formato mais viável tanto para o editor quanto para os leitores é esse NOVO formato abaixo, trazendo 5 notícias interessantes com uma pequena análise. Vamos deixar a análise profunda para relatórios e reportes maiores.
Agradecemos a cada um que parou alguns minutos durante a sua semana para ler sobre a nova era do sistema financeiro. Logo logo teremos mais novidades por aqui! Boa leitura.
A Nova Era da Infraestrutura Financeira
Na superfície, pouco parece ter mudado: os bancos seguem operando, os reguladores seguem regulando e os usuários ainda não sentem que estão no “futuro das finanças”. Mas nos bastidores, onde de fato o novo sistema financeiro está sendo arquitetado, esta semana trouxe sinais inequívocos de que a virada estrutural não é apenas mais um item do planejamento estratégico de um ano qualquer.
BlackRock quer tokenizar tudo. Citi entra em custódia cripto. Visa vislumbra crédito descentralizado com stablecoins. Enquanto isso, no Brasil, o Serpro testa credenciais públicas em blockchain e a CVM discute nós validadores com a Petrobras. E até a SEC americana, notoriamente avessa à inovação cripto, admite que está uma década atrasada.
O sistema tradicional não está sendo ameaçado por uma rebelião... mas por uma substituição não tão silenciosa de suas fundações. A questão agora não é mais se, mas quem conseguirá se tornar infraestrutura relevante neste novo ciclo.
BlackRock: tokenizar é inevitável
Larry Fink foi categórico: todos os ativos, ações, imóveis, bonds, serão tokenizados. O CEO da maior gestora do mundo vê nisso o caminho para mercados mais acessíveis, eficientes e programáveis. A BlackRock já está rodando com US$ 104 bilhões em criptoativos e um fundo tokenizado multimilionário. Não é hype: é estratégia de plataforma. E quem quiser ser custodiante, emissor, liquidador ou distribuidor nesse novo ciclo precisa se posicionar agora.
Visa: stablecoin como infraestrutura de crédito
A Visa quer fazer no crédito o que já fez nos pagamentos: ser o trilho. Em um white paper recém-publicado, propõe uma nova infraestrutura para empréstimos baseados em stablecoins e contratos inteligentes: os chamados “onchain loans”. Ao invés de competir com DeFi, a empresa quer torná-lo institucionalizável, plugável e seguro o suficiente para que bancos ofereçam crédito em stablecoins com respaldo regulatório. E isso muda o jogo para o crédito estruturado.
Citi: custódia de ativos digitais é prioridade
Enquanto o JPMorgan segue resistente, o Citi se antecipa e prepara para oferecer custódia cripto em 2026. O serviço será voltado a clientes institucionais e combina soluções internas com parceiros ágeis. O sinal é claro: mesmo entre bancos globais tradicionais, há uma corrida para definir quem cuidará da nova “caixa forte digital” dos ativos tokenizados, e a custódia é só o primeiro passo para uma infraestrutura mais ampla.
Serpro: blockchain estatal com padrão global
No Brasil, o Serpro testou durante o Cardano Tech Summit um sistema de credenciais digitais em blockchain pública, com validação pelo login Gov.br. A solução segue padrões globais de interoperabilidade e será usada inicialmente em certificações educacionais. Mas o mais relevante é o movimento estratégico: o Serpro quer ser nó validador na rede nacional (RBB), e junto com Petrobras e CVM discute governança de infra blockchain soberana. Isso é política pública transformada em código.
SEC: da repressão à urgência regulatória
Após anos sendo o bastião anti-cripto, a SEC parece reconhecer sua miopia. O presidente da entidade afirmou que os EUA estão dez anos atrás na regulação de cripto e precisam reverter esse atraso com urgência. Ele fala em criar exceções regulatórias, harmonizar registros e até explorar formatos de sandbox. Se a SEC mudar o tom, Wall Street muda junto --> e o volume institucional vem.
Links e Fontes
CNBC – Larry Fink says BlackRock is ‘just beginning’ to tokenize every asset class
Visa – Stablecoins Beyond Payments: The Onchain Lending Opportunity
CNBC – Citi says it plans to launch digital asset custody platform by 2026
CNBC – SEC chair says US is ‘10 years behind’ on crypto regulation
E agora?
A tokenização não é uma tendência, é uma reconstrução do sistema financeiro, peça por peça, nas mãos das mesmas instituições que antes a temiam.
Se você trabalha em banco, infraestrutura de mercado ou regulação, a pergunta que vale fazer não é “isso vai acontecer?”, mas “em que camada quero estar quando acontecer?”
Compartilhe esta edição com quem ainda acha que blockchain é apenas sobre cripto. O futuro da infraestrutura financeira já começou e está sendo escrito em código.
